segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


KUDURO um estilo muito Mangolé
                                              por Eddie Valmont*

Independentemente de ser a velha ou a nova escola, o Kuduro é de longe o estilo musical que mais danças e toques criou, copiou, evoluir, e/ou mudificou em Angola. A dança – elemento muito importante na música – desde cedo acompanhou este estilo. Termos como Açucar, Jaracusa, Mbruntutu, Ndomboló, Mana Me Abre, Xcabelé Belé, e Ladjum são apenas alguns exemplos de danças que acompanharam o estilo, e não vamos esquecer que o próprio nome Kuduro, antes de música era uma dança, sendo esta a dança que deu o nome a música. Hoje e como dantes é quase impossivel separar o Kuduro música do Kuduro dança.

Então o que é o Kuduro?
O Kuduro é um estilo de música popular electrónica com um instrumental caracterizado em beats (batidas) fortes e rítmicas, acompanhado com uma voz muito singular que pode tanto simplesmente ser uma fala, também conhecidas por noias ou dicas, como um canto com ou sem rimas. Música dançante e contagiante e de origem angolana, vem, desde há já algum tempo para cá, sendo um dos estilos mais ouvidos na  playlist favorita pública, tanto em casa, como em festas, raves e discotecas.

Como surgiu?
Podemos em poucas palavras dizer que o Kuduro surge sobre a influência do Tecno e Pop norte americano dos anos 80s e princípio dos anos 90s. Estes dois últimos estilos e mais um pouco do Semba e do Cazucuta (ambos estilos musicais angolanos) acabaram por criar um estilo essencialmente electrónico e dançante.

E os seus percursores?
Nomes como Tony Amado, Sebem, Queima Bilhas, Rei Tá Nice e Semal podem agora não ser muito ouvidos e/ou falados, mas a verdade é que foram eles quem fizeram a existência do Kuduro como música. Em particular os toques de dança do Tony Amado e as noias/dicas do Sebem (ainda hoje se descute quem, dentre os dois, realmente inventou o Kuduro, assunto que o Múzika Café não vai responder neste artigo) foram como que a carne e o osso para que o Kuduro podesse afirmar-se como música e dança num ambiente em que o Pop, o Tecno, o Zouk, a Kizomba e o Hip Hop dominavam os ouvidos do público e enchiam as pistas de dança. 

Como está o Kuduro hoje?
Ao longo do percurso do Kuduro houve muitos cantores e alguns deles cantaram ou cantam de uma forma peculiar/singular que acabou por influenciar outros cantores (de Kuduro e não só). Partindo deste princípio, o ritmo de Kuduro que o Tony Amado cantava não era igual ao do Sebem da mesma forma que o ritmo do Bruno M não é igual ao dos Lambas. Sendo assim, o Múzika Café decidiu devidir os kuduristas (fazedores do estilo Kuduro) em gerações.

·         A 1ª Geração cantou um Kuduro basicamente em noias onde nota-se constantemente a ausência de rimas.
·         A 2ª Geração, já um pouco sob a influência do Hip Hop, usou rimas, diminuiu as noias e criou um beat ligeiramente mais acentuado que a geração anterior.
·         A 3ª Geração, que é a que vivemos hoje, é muito mais rica em rimas. As noias (Kuduro clássico) ainda continuam, embora haja cada vez mais Kuduros cantados do que os simplemente falados.

      Nota: recentemente vivemos uma nova vibe /vaib/ (onda) onde o Kuduro parece ter convergido com o Rap e o House Music ou vice-verça ou verça-vice e temos (nada oficial, repido, nada oficial) algo como um novo ritmo de Kuduro com beats parecido ao House com um canto um tanto quanto Rap a que o Múzika Café tomou a liberdade de chamar a este novo estilo Karga Music. Cantores como Big Nelo, JD, Mister K, Game Walla, Francis Boyz, etc parecem estar a cantar uma nova forma de Kuduro – o Karga Music. Quem sabe, talvez, daqui a algum tempo teremos uma 4ª Geração de Kuduro denominada Karga Music.    

                                                                                                 *Licenciado em Linguística, Escritor e Designer Gáfico







1 comentário:

  1. os musicos da 3º geração são Scula do grane, Pai latifa, Mecanico do kuduro, Pcing Toloba........

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